Lição nº 61 e 62
18.01.10
Resumo do texto: "O empirismo de David Hume" - da origem das ideias.
11. Existe uma diferença considerável entre as percepções da mente. Estas percepções podem copiar as percepções dos sentidos, mas nunca poderão atingir a vivacidade do sentimento origianal. O máximo que poderíamos dizer, é que representam o seu objecto de uma maneira tão real, que poderíamos quase dizer que o sentimos ou vemos. Mas estas , nunca podem chegar a um tal nível de vivacidade, que tornem indistinguiveis as percepções.
O mais vivo pensamento é ainda inferior à mais baça sensação.
O nosso pensamento é um espelho fiel, e assim copia os seus objectos com verdade, sendo as suas cores mais baças, não tão nitidas em comparação com as nossas percepções originais.
12. As percepções podem ser divididas em dois tipos, estes distinguem-se pelos seus graus de força ou vivacidade: as menos intensas e vivas, designadas por pensamentos ou ideias; e as impressões, que correspondem às nossas percepções mais vivas.
13. O pensamento humano parece bastante livre, na medida em que se consegue esquivar a todo e qualquer poder de autoridade, não estando dentro de limites da natureza e realidade.
Associar imagens, dár formas ou aparências não é dificil para a imaginação, esta concebe os objectos mais familiares ao ser humano.
Ora, pode-se conceber tudo o que nunca foi visto, ouvido ou sentido, não existindo nenhuma coisa para além do poder do pensamento, excepto o que pode implicar uma absoluta contradição.
Embora o nosso pensamento pareça ser dotado de tal liberdade, se analisár-mos promonorizadamente, verificamos que este se encontra confinado a limites, e que todo este poder não é mais que a facilidade de compor, transpor, aumentar, diminuir os "materiais" que nos vão sendo fornecidos pela experiência.
Resumindo: Todos os materiais do pensamento são derivados da sensibilidade externa ou inerna: estes pertencem à mente e à vontade. Falando de uma maneira mais filosófica, todas as nossas ideias (fracas), são cópias das nossas impressões (intensas).
14. Os dois argumentos que se seguem provam isso mesmo. Primeiro, ao analisarmos os nossos pensamentos (ideias), descobrimos que elas são apenas ideias simples copiadas de uma sensação ou sentimento precedente. Ao procurarmos mais, vamos sempre descobrir o mesmo, que toda a ideias é copiada de uma impressão similar. Esta é uma proposição universalmente verdadeira.
15. Segundo, imaginemos um homem que tem defeitos nos orgaos, e não é susceptivel a qualquer espécie de sensação, assim podemos dizer que ele é igualmente pouco susceptivel a ideias. Uma entrada para as sensações é uma entrada para as ideias, acabando por não ter nenhum problema em conceber esses objectos.
Pode-se também admitir, que os seres possam possuir vários sentidos dos quais não temos noção, pois as ideias deles nunca nos foram introduzidas, através da sensibilidade e de sensações afectivas.
16. Porém existe, um fenómeno contraditório que pode provar qua não é absolutamente impossível surgirem ideias independentes de impressões correspondentes.
Suponhamos, que uma pessoa desfrutou da sua visão plena durante vários anos e que assim teve contacto com as várias cores existentes, excepto o azul, que não lhe foi apresentado, descendo do mais escuro para o mais claro, essa pessoa irá identificar e tomar consciencia de que existe uma falta. Mas a pergunta é: ser-lhe-à possivel, pela sua própria imaginação, identificar essa mesma cor, embora nunca lhe tenha sido transmitida pelos sentidos? Muita gente poderá descriditar esta possibilidade, mas isto pode servir de prova que que as ideias simples, não são sempre, derivadas das impressões correspondentes.
17. Todas as ideias (em especial as abstractas), são naturalmente vagas; a mente tem delas apenas um escasso dominio. E são mais facilmente confundidas com ideias semelhantes. Pelo contrário, todas as impressões (sensações), quer externas ou internas, são fortes e vivas; os limites entre elas estão mais determinados. Por consequencia, quando alimentarmos alguma suspeita de que um termo filosófico é empregue sem um significado ou ideia, precisamos apenas de perguntar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossivel de responder, isso confirma a suspeita.
Assim podemos remover todas as duvidas e suspeitas em relação à elucidação da natureza e realidade das ideias.
Pensar
domingo, 24 de janeiro de 2010
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